A década de 1980 foi um caos econômico! A inflação galopante fazia da vida dos brasileiros um inferno na Terra.
Para se ter uma ideia, no período entre 1986 e 1989 o IPCA acumulado foi de 107.492,07%.
Todos os planos econômicos tentados até então haviam falhado na missão de frear a inflação. Agora era a vez do Caçador de Marajás fazer sua tentativa.
Nascia o plano Collor...
O CONFISCO
O Plano Collor teve vários pontos impactantes na economia, mas o item mais marcante com certeza foi o confisco da poupança.
De acordo com as novas regras, de todo o montante depositado na poupança, apenas 50 mil cruzados novos poderiam ser convertidos em cruzeiros e resgatados. Todo o restante ficaria bloqueado por 18 meses.
As consequências dessas medidas drásticas foram as piores possíveis. Além de não melhorar os rumos da economia, o feito impactou diretamente no mercado de capitais brasileiro.
CONSEQUÊNCIAS NA BOLSA
Logo após o lançamento do novo plano, no pregão do 19 de março de 1990, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (hoje extinta) não registrou uma única negociação.
Ao mesmo tempo, na Bovespa (hoje B3) somente nove negócios foram transacionados. E o Ibovespa recuou 12,1% no dia.
No dia seguinte a coisa foi ainda pior: queda de 20%, uma das maiores da história, superaram momentos agudos de crise mundial, como os 16% de queda em outubro de 1987 no crash de NY.
Na época, a Petrobras viu seu valor de mercado desabar 33,3%. Ao mesmo tempo em que a Paranapanema registrou queda de 12,5%.
Mesmo num momento turbulento de nossa economia o Ibovespa retomou o viés de alta poucos meses depois, terminando o ano de 1990 com uma valorização acima de 308%.
Apesar de ter sido marcante para a Bolsa da época, o que fica são os traumas de quem perdeu tudo - ou quase tudo - por conta do congelamento da poupança.
Não foram poucos os casos de quem teve a vida destroçada por conta desse episódio. Alguns até tiraram a própria vida no momento de desespero.
Você lembra dessa época? Como foi para você?
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